às vezes não consigo escrever-te. sinto-te em tanta coisa e faltam-me as palavras. as rimas tornam-se inúteis na iminência de uma lembrança tua e as saudades esmagam-me a destreza dos dedos e das ideias. mas,no fundo, digo sempre a mesma coisa: que te amo, mas julgo não te entender.
hoje, intento apenas dizer-te, que neste dia em particular, padeci das mais excruciantes saudades tuas. quis falar-te na esperança que dispersasses e não me ouvisses realmente, que não me visses enfranquecer na franqueza do meu discurso. calei-me perante a tua provável indiferença postiça, e cingi esta palavras desorientadas para que te abalem o desapego e o desdém que então me julgas ter.