sexta-feira, 10 de junho de 2011

Convenci-me que o mundo era feito para nós e ergui um castelo à luz e encanto de um sonho belo, ao abrigo da melodia calma que me trazia a tua voz.

A destreza dos meus gestos descuidava-se, tantas vezes, debruçada no silêncio da tua ponderação… Mas ver-te contemplar a obra plena de carinho que a minha minúcia edificava, encadeou a incerteza que o meu palácio assombrava, empurrou a resistência perseverante do seu portão!

Julguei que entrasses, eu supus que o que para ti tinha construído, nada mais era que o sonho que a infância te havia prometido, enquanto te cingia à plataforma térrea e rasa, farta em mentiras e disfarces!

Quero agora poder crer que desististe por julgares, que o intervalo entre o meu castelo e o teu era profundo e imenso como o céu, um caminho sinuoso e conturbado. Mas, mesmo assim, visto-me sempre de princesa, espero-te no alto da minha fortaleza, ao ver-te deambular roto e perdido nesse círculo sem promessa, completamente viciado!

sexta-feira, 3 de junho de 2011


Tivesse o tempo e a sua erosão ficado cingidos à deformação dos ideais Daqueles em que em nada criam. É triste constatar, que os verdes anos onde fomos tontos e desprendidos acabaram por ser, na verdade, nada mais que o puro manifesto das nossas pretensões, onde o medo, o conformismo e a distância não limitavam o conteúdo dos nossos almejos. Ninguém é quem queria ser, mas, tem de ser mesmo isto aquilo em que nos tornámos?