Semente linda e perfeita, a germinar lentamente no meu
ventre… Eu sei que o céu ainda não está claro, azul e perfeito, como te
prometeu a natureza apaixonada do meu leito, ao semear-te em terra ainda
quente! Mal posso esperar por ver-te brotar violante e impetuosa, com o perfume
com que nos deslumbram as rosas, num sol de verão cálido e ardente.
Sem que a minha
tristeza te comova ou desole lembra-te, que qualquer raiz seria frouxa e mole, sem
que chegasse em boa sorte uma chuva desgostosa e forte, no suspiro de um sol
poente!!! Ainda que o sol seja quase sempre de pouca dura, concebo-te, assim, sensível
e pura, abrigada dos vendavais onde desertam os menos crentes.
Sinto-te vibrante e
vigorosa a expandires-te, corajosa, no meu corpo fragilizado e ainda dormente.
E já na contracurva desta prosa, imagino todas as rimas do teu riso cor-de-rosa,
essa melodia que irá despertar com doçura, o meu coração cansado e descontente!
Já te amo tanto e
ainda nem te vi… abraço-te neste aperto onde as palavras nos aproximam
invisíveis, nesta morna cumplicidade precoce e maternal. A Primavera que a tua
vida nos promete, prende-me o corpo numa calma, com que se veste na alma a
firmeza de um corpete!
Aguardo-te com a
mesma paciência com que os passarinhos cantam no escuro de uma alvorada, que em
silêncio se aproxima. Em ânsia, vislumbro o jardim onde a minha vida se comove,
para que lá possa florescer tão nobre, a tua luz tamanha e divina. Em breve deverei
ser a mulher que represento na imaginação onde evaporam todas as minhas
ideologias… Para que tu possas cobrir a mágoa dos meus dias, no teu manto de
inocência cândida, na ternura dos teus sonhos e vibrantes fantasias!
Sem comentários:
Enviar um comentário