Estou-me a desfazer das balelas
rascas –já não há dó que suporte esta conversa tendenciosa e subtil que te implora ao
reconhecimento e pena imediatos! Recuso-me a despir aquilo que sinto num
cenário onde as baladas soam longe e o fracasso me ameaça após a sua recorrência.
Confesso que me
incomoda esta postura que trago: a figura de braços lassos e desistentes, com uma esperança
que desconfia, derrotada! Lembro-me do que fui outrora e fico desolada. Suspiro ao constatar
que não fui capaz de impedir que me deturpassem as convicções, mas nem me atrevo a
responsabilizar-te por uma culpa que não é sequer atribuível.
Chateio-me por
lamentar-me tanto em perder-te, quando na realidade, nunca te cheguei a ter! Aliás,
como pude eu esquecer as noções para viver sem ti, se foi aquilo que fiz
praticamente a vida inteira?
Há muito que larguei o leme, pouco ou nada me importa o descontrolo sob este rumo que levo! A
minha demanda imprecisa e essa necessidade de se ser feliz, desencontraram-se, nunca
chegaram a andar mãos dadas… Tardei pouco em esquecer a urgência de me adaptar
às circunstâncias que apenas me levam aos términos restritos da trivialidade.
Então vencida e
cansada, sem saber bem para onde dirigir este grito, eu admito: apenas imploro
por transparência, eu só exijo reciprocidade, uma permuta invisível de respeito
mútuo e infinito!!!