Para dividir contigo esta amargura dos meus dias partidos um a um" pois se julgas que a saudade desvanece com a mesma ingratidão com que te desacelera veloz o coração relembro-te, que não é o silêncio que amortece a euforia de encontrar tamanha poesia, na vulgaridade de um rosto estranhamente comum!
Crês ingénuo e inocente, que por me ver de ti ausente, esta bem-querença amolece na mesma duração em que desaparece um lembrança antiga, quase inexistente! Acredita que são as coisas mais insignificantes que me apelam à mais fácil recordação tua... E se te revejo na aragem fresca dos instantes, em vez do descompasso onde se beijam vorazes os amantes, amar-te-ia menos por me sujeitares à placidez deste silêncio áspero, que a tua falta continua?
"Eu vi terra limpa no teu rosto/ Só no teu rosto e nunca em mais nenhum", eu encobri minha fome em muita boca e gosto, mas na isenção do teu paladar saciante, por suposto, reconheço que tenho andado miserável e em jejum!
-Joana Nardo
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