quinta-feira, 1 de julho de 2010

gostaria de escrever de outra coisa que não o amor,



Mas na inconstância de minhas vontades, tu és aquela à qual não me é possível pôr termo ou freio, pois se o tempo se folga e alarga, nesta hora que então se atesta amarga, tu és o fruto que deliciosamente saboreio!

E que bom seria, amor, que este sargaço onde me escondo não fosse tão profundo e hediondo como estas palavras viciadas que te digo! Mas se amar é conceber vínculo e relação, então germinas-me o coração como a semente de uma mãe que se prende em seu umbigo.

Se tanto zelo por escrever, que desperdício seria gastar minhas palavras num desbarato que te ignore e desconsidere... E se é essa a única culpa com que terei de morrer, que seja por este amor não caber na estreiteza que este meu discurso te confere!




Joana Nardo.

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