segunda-feira, 28 de junho de 2010

«Dávamos as mãos e os nossos olhares perguntavam-se o que seria querer realizar em carne a ilusão do amor»



E o teu olhar em mim indagava, talvez, o toque etéreo, inflamável, que nos meus olhos a carne prometia! Buscar num olhar desaustinado o desafogo aluído e agradável é caminhar brusco em ponte instável, é desafiar acender-me como candelabro em plena luz do dia!

"Ah pudéssemos amar-nos sem que existíssemos e possuír-nos sem que ali estivéssemos" apartámos nossas mãos geladas, como se agora o desejo nos fosse alheio ou meramente domesticado! Amar também é abordar as faces de um rosto exímio, num beijo evasivo e disciplinado!

Mas mais não me ralo, a mim já não me faz caso o amor! Sentir teu beijo controlado e superentendido é receber fogo suave na pétala de uma flor, é vestir sexualidade, má índole, na elegência de um vestido!


Amar deveria ser assim mesmo, edifica-lo na insegurança de uma talvez! Querer-te sem promessas, compromissos, juras ou palavras, ser sempre a tua princesa do "Era uma vez"...









Joana Nardo.

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